Foi bem no coração do Parque Natural da Serra de São Mamede, a 700 metros de altitude, por entre cerejeiras, sobreiros e castanheiros centenários e uma nascente de água pura, que a Herdade da Malhadinha Nova decidiu continuar a sua história.
Em 2021, a família Soares visitou, a convite de um amigo, uma propriedade de 105 hectares na região de Portalegre. Não tinham, na altura, ideia de sair do Baixo Alentejo, mas foram rapidamente conquistados pela riqueza natural e o potencial do terroir da Quinta da Teixinha e, três semanas depois, estavam a assinar contrato para aquisição desta propriedade, onde já existiam quatro hectares de vinha.
A região de Portalegre tem características únicas para a produção de vinhos com maior frescura e elegância, e, por isso mesmo, é um grande complemento ao portefólio da Herdade da Malhadinha Nova, afirma Rita Soares, CEO da Herdade da Malhadinha Nova. Com a Quinta da Teixinha, procuramos diversificar. Adicionar uma diversidade que tão bem caracteriza o nosso país, porque os vinhos da Teixinha são diferentes e um ótimo complemento aos vinhos que produzimos no Baixo Alentejo. Queremos apresentar esta região na sua plenitude, respeitando a sua diversidade tão influenciada pelo clima e pelos solos, mas, também aqui, a nossa grande ambição é produzir vinhos que mais uma vez respeitem a sua origem.
Na Teixinha, uma parcela de dois hectares de vinha velha está virada a Norte. É um field blend Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Bical, Fernão Pires, Salsa, Tamarez. A esta parcela, plantada a 700 metros de altitude, soma-se um hectare plantado em 2017 com a casta Aragonez, e outro hectare de Roupeiro, também de 2017. Foram estas as parcelas que levaram à criação dos primeiros vinhos da Teixinha que agora se apresentam ao mercado. Colheita de 2021, estas quatro referências com enologia de Nuno Gonzalez e Luís Duarte representam bem o enorme potencial dos vinhos desta região, deixando uma expectativa elevada para a colheita que se segue.
O Field Blend Branco ’21 testemunha bem o carácter mineral conferido pelo terroir próprio da Serra de são Mamede. Na boca, a sua textura muito elegante, a acidez equilibrada e uma boa tensão tornam-no harmonioso e bastante sedutor.
O Field Blend Tinto Tava ’21 põe em evidência uma fruta de grande pureza que foi aqui preservada ao longo do estágio de 14 meses em ânfora de terracota. A boca beneficiou também desse envelhecimento mais tradicional que arredondou os taninos e manteve a frescura e elegância do vinho.
O Roupeiro Branco ’21 revela uma grande expressão aromática a fruta de polpa branca, própria da casta e potenciada por extremos cuidados na colheita e vinificação. Na boca, o vinho mantém um registo frutado, mas simultaneamente sério e austero, conferindo-lhe um final seco e longo.
O Field Blend Tinto Barrica ’21 evidencia uma fruta de grande pureza complementada por subtis notas tostadas adquiridas ao longo do estágio de 14 meses em barricas de carvalho francês. Na boca, apresenta-se harmonioso com uma agradável frescura a conviver bem com a elevada concentração e os taninos sedosos.
Conceção dos rótulos
Por último, uma palavra especial para a rotulagem que tanto tem marcado a história da Herdade da Malhadinha Nova. Como não poderia deixar de acontecer, também na Teixinha foi preservada a tradição da participação da nova geração da família na conceção dos rótulos, mas agora com um novo e também original desafio: o de cada um deles relatar as suas experiências sobre o que a Teixinha representa através da escrita. Desde 2003 que os membros mais novos da família deixam a sua marca nos vinhos da Malhadinha através de ilustrações que apresentam o espaço de forma criativa. Nos rótulos dos vinhos da Teixinha, as palavras dão agora voz às memórias que tornam esta quinta centenária tão especial.
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