Gosta de ler? Veja as várias sugestões de livros que foram lançados no mercado para começar colocar a sua leitura em dia.
“Pap’açôrda”: a história de um restaurante mítico
A 18 de abril, a Contraponto publica “Pap’açôrda”, um distinto livro-objeto dedicado aos mais de 40 anos do prestigiado restaurante lisboeta, que conta com preciosos contributos de figuras como Miguel Esteves Cardoso, Clara Ferreira Alves, Catarina Portas, Maria João Seixas, Inês Meneses, Pedro Cabrita Reis, Marcelo Rebelo de Sousa, André Carrilho, entre outras. Editado em grande formato, inclui fac-símiles e fotografias de grande qualidade, facto que reforça o inegável interesse no contexto da História contemporânea da cidade.
A direção de arte é de Jorge Silva e a conceção e direção do projeto têm a assinatura de Paula Ribeiro. A ilustração é de André Carrilho e as fotos de Carlos Pinto, Luísa Ferreira e Inês Gonçalves. Inclui comentários de Pedro Cabrita Reis, Ana Salazar, Patrícia Reis, Gisela João, Alexandre Melo, Pedro Bidarra, João Adelino de Faria e Marcelo Rebelo de Sousa. E ainda textos dedicados de Miguel Esteves Cardoso, Clara Ferreira Alves, José Manuel dos Santos, Inês Meneses, Pedro Marques Lopes, Catarina Portas, Marco Martins e Maria João Seixas.
Em março de 1981, Fernando Fernandes e José Miranda, com a preciosa ajuda de Manuel Reis, inauguram o restaurante Pap'açôrda, trazendo uma lufada de ar fresco não só para a restauração, mas para a própria história de Lisboa.
Da decoração às fardas, do ambiente florido à ementa que há mais de 40 anos privilegia os produtos e a gastronomia portuguesa, o número 57 da Rua da Atalaia atraiu sempre grandes personalidades nacionais e estrangeiras da classe artística, política e empresarial. Porém, «mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», e após ter sido um dos agentes da transformação do Bairro Alto na década de 1980, o Pap’açôrda muda-se em 2016 para o primeiro andar do Mercado da Ribeira Time Out, mantendo os mesmos valores que fizeram desta casa uma referência presente nos mais prestigiados guias internacionais. Para celebrar estas quatro décadas de sucesso, este livro resgata uma parte importante da memória da cidade.
O Quinto Pescador: Poderá o amor espontâneo salvar vidas?
Face à maior das tragédias, a perda de toda a família, Francisco sente que a vida deixou de fazer sentido e desloca-se a uma remota localidade costeira para aí pôr termo à vida. Mas, aos poucos, o encontro fortuito com Pedro e Rafa, uma alegre criança de 8 anos e o seu inseparável cão, transforma-se num lugar de afetos que o leva a perceber que a felicidade continua ao seu alcance, contra todas as probabilidades.
Este romance inspirador mostra-nos que, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, é possível recuperar a alegria de viver, se deixarmos abertas as portas do coração.
José Rodrigues demonstra, uma vez mais, ser um autor talhado para nos falar das mais puras emoções, presenteando os seus indefetíveis leitores com uma história que nos recorda que há sempre alguém que podemos ajudar com um simples gesto ou com o conforto de uma palavra amiga. Porque, mais do que o desgosto, o que pode mesmo matar é a indiferença. E o que nos salva, sempre, é o Amor. Editado pela Porto Editora.
O Livro do Império: Camões para além da lenda
No ano em que se comemoram 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões – acontecimento esse que, segundo a opinião pública, tem sido, injustamente, pouco ou nada exultado -, «O livro do império», de João Morgado, traz-nos as intrigas e as traições por trás da obra que forjou a nossa língua e que imortalizou os heróis de Portugal.
O multipremiado autor e grande especialista em Camões, que foi considerado «um invulgar talento» pelo Professor Adriano Moreira, faz, neste romance histórico, a narração da vida de Camões e a história de Portugal em vésperas da batalha de Alcácer-Quibir, baseada em factos reais.
Piero Solidão: Em busca do amor e da beleza
Um romance terno, melancólico, em busca da beleza pura, marca a estreia de Leonor Baldaque como romancista em Portugal, com tradução de Antonio Sabler. Com uma escrita hábil e sensível, a neta de Agustina Bessa-Luís leva-nos a deambular entre Roma e Lisboa, na procura de uma ligação entre o amor e a pintura. A de um encontro entre uma jovem, a arte de Piero della Francesca e um pintor de hoje, também chamado Piero – um homem que a narradora vê pela primeira vez num café, na esquina de uma praça, em Roma.
Essa vida imaginária a três rapidamente se transforma numa dança de biografias sob o calor de Itália, em que não sabemos que personagem está a guiar-nos: a melancolia vibrante da mulher, o misterioso pintor romano, ou a figura longínqua e genial de Piero della Francesca.
Revisitando a obra do pintor renascentista italiano, Leonor Baldaque sobrepõe a imagem do andarilho solitário que percorre as ruas de Itália, as «cidades quase imaginárias, ideais, do Renascimento», sobre as pegadas do mestre do século xv. Ao mesmo tempo, mostra-nos o percurso da «procura da beleza» de uma jovem pintora que passeia pelas vielas de Alfama, em Lisboa, personagem ao mesmo tempo intensa e evanescente que Leonor Baldaque interpretou em A Religiosa Portuguesa, de Eugène Green.
A Casa de Vidro: dizem que é o o melhor thriller do ano
A LeYa/ Lua de Papel lançou, A Casa de Vidro, de Gareth Rubin. Considerado o melhor thriller do ano por publicações como The Guardian, Observer, The Daily Express e The Daily Mirror, A Casa de Vidro é um original tête-bêche: um livro dividido em duas partes impressas em sentidos inversos e com frentes em ambos os lados. A Casa de Vidro oferece-nos duas histórias interligadas, dois romances que nos manterão em suspense da primeira à última linha. Um, escrito ao melhor estilo do gótico britânico; outro ao jeito do policial negro norte-americano. O leitor pode começar por onde quiser, na certeza de que está a ler um livro único e hipnotizante.
Uma das histórias, escrita ao melhor estilo do gótico britânico, leva-nos à Inglaterra dos anos 1880: Na remota Ilha de Ray, um jovem médico, de seu nome Simeon Lee, é chamado a assistir um primo distante, Parson Hawes, que está às portas da morte. Na decrépita mansão envidraçada, o médico percebe que algo de sombrio se passa. O primo alega que está a ser envenenado pela cunhada, que vive presa naquela mesma casa desde que lhe matou o irmão, Oliver. Mas como é que uma mulher presa o pode estar a envenenar? E que segredos esconde o diário de Oliver, um estranho caderno que conta duas histórias diferentes conforme se começa a ler de um lado ou de outro?
A outra história, escrita ao jeito do policial negro norte-americano, passa-se na Califórnia, nos anos 1930: Oliver Tooke, filho do Governador do Estado, é encontrado morto. A polícia conclui que é suicídio, mas o seu grande amigo, o jornalista Ken Kourian, não acredita. E ao investigar o mistério descobre que Oliver tinha um irmão há muito desaparecido. E que a mãe dos rapazes, de seu nome Florence, está presa num asilo em Inglaterra. Para desvendar o caso, a única pista que tem é um romance, o último escrito pela vítima. É uma obra estranha, que conta duas histórias diferentes, conforme se começa a ler de um lado ou de outro… E tem como protagonista um médico, de seu nome Simeon Lee.
O Quinto Filho: Romance curto, mas poderoso!
Os olhares de Harriet e David cruzaram-se durante uma festa de empresa, à qual nenhum dos dois tivera muita vontade de ir. De copo na mão, ambos observavam os restantes convidados, que dançavam freneticamente. Não se identificavam com o que viam, e foi isso que os juntou.
Ao contrário dos colegas, Harriet e David não se reviam nos valores contracorrente da Londres dos anos 60. Conservadores, ambicionavam uma vida familiar tradicional, com quatro ou cinco filhos, e uma casa vitoriana com um vasto jardim e uma sala de grandes dimensões, onde pudessem construir um núcleo familiar coeso, que os protegesse das pressões da sociedade que os rodeava.
O sonho cumpre-se, e Harriet e David vivem num mundo idílico até ao nascimento de Ben, o quinto filho, que vem abalar o equilíbrio familiar que o casal tanto se esforçou por criar.
Ben é uma criança diferente. A gravidez e o parto foram mais difíceis do que os dos restantes filhos, e desde o início que Ben revela características que o distinguem dos irmãos. Robusto, agressivo e com uma fome que parece impossível de saciar, o quinto filho de Harriet e David tem limitações quanto à interação social e parece ser incapaz de qualquer ligação emocional.
Confrontada com esta situação, Harriet vê-se numa posição difícil. Tem de cuidar de Ben, mas tem de proteger a família desta criança estranha e difícil, com os olhos brilhantes de prazer intenso. Assustada, Harriet assiste ao crescimento do seu quinto filho, que vai destruindo pouco a pouco a tranquilidade do lar e da família em que nasceu.
Romance curto, mas poderoso, escrito sem capítulos ou pausas, O Quinto Filho é uma das obras mais inquietantes de Doris Lessing, Prémio Nobel da Literatura em 2007, explorando, de forma crua e incisiva, as questões ligadas à maternidade, e revelando que esta é, de facto, um conjunto de escolhas muitas vezes impossíveis de conciliar.
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